Atriz, cantora e modelo de imenso talento para as artes, encontrou seu caminho artístico através de sua voz em ritmos pouco valorizados pelo público em geral nesse país, infelizmente… Mas esse fato não a fez desistir de cantar Jazz, Blues e Bossa Nova.
Sua leveza, delicadeza e beleza no palco se aliam a uma voz doce e melodiosa, de enorme afinação. Sua prática em atuação, sem dúvida, a deixa solta no palco para trabalhar perfeitamente com seu espaço cênico.
O site/revista Ritmo da Moda teve o imenso prazer de assistir e fotografar alguns de seus shows no Hotel Vila Galé e no Forte de Copacabana, neste último como performer do Rio Montreux Jazz Festival, o maior festival de Jazz do mundo, originário na Suíça e em sua terceira edição no Rio de Janeiro em 2023. Além disso, o Ritmo da Moda fez um ensaio fotográfico com fotos que os leitores verão nessa matéria.
Já agradecendo a disponibilidade para fazermos essa pequena entrevista e posar para nossas fotos, vamos saber algumas curiosidades da carreira da belíssima Rebecca Kemmer, além de sua relação com o mundo da moda.
Mais fotos no final da entrevista
1) Rebecca, nos conte como começou sua carreira de cantora, diante desse seu trabalho como modelo e atriz.
Eu sou cantora desde criancinha. Eu ficava cantando pelos cantos da casa ao ponto de o meu irmão perguntar para a minha mãe se tinha como tapar a minha boca só um pouquinho (risos). Eu ficava também inventando roteiros para comerciais e filmes na minha cabeça e fingia estar atuando neles… Minha avó, que era uma excelente cantora e pianista, também cantava pelos cantos da casa e disse que peguei isso dela! Minha mãe, amante da música que é, sempre levava a gente para concertos. Eu ficava vidrada quando ia e, ela percebendo, me levou para fazer musicalização aos 7 anos. Aos 8, fiz teste e entrei para o Coro Infantil da Universidade Estadual de Londrina, que é um coral maravilhoso. A regente, Lucy Schmidt, trazia todo tipo de música para cantarmos: em japonês, inglês, hebraico, castelhano… Acho que foi aí que começou o meu gosto por gêneros musicais diversos. Fiz depois uma formação em teoria musical, além de fazer seis anos de Balé Clássico e alguns de Jazz Funk.
Mas foi só com o apoio do meu namorado Johnny Ferreira, alguns anos depois, que comecei a estudar interpretação e que decidi ser artista profissionalmente. Eu já estava estudando interpretação e ele me gravou cantando no carro (sem eu saber) e mostrou para um amigo músico. Aí eles começaram a fazer uma campanha para eu fazer aula de canto (risos). Acabei indo num professor de canto que um amigo desse amigo indicou e, alguns meses depois, estava fazendo meu primeiro show!
2) As suas escolhas musicais são atípicas para uma jovem cantora e atriz. Como surgiu o gosto pelo estilo Jazz, Blues e Bossa Nova?
Desde criança eu gostava muito de Jazz. Tenho uma irmã que sempre cuidou muito de mim e me levava para ouvir música dos gêneros mais variados. Por ser bem mais velha, ela era minha responsável em lugares em que menores de idade não podiam entrar. A gente ficava lá curtindo um Jazz, Blues e música Celta enquanto tomava refrigerante e comia batata frita (risos). Ao vir para o Rio de Janeiro, conheci mais a Bossa Nova, o impacto que ela teve no mundo e seus grandes mestres. Entendi ser esse o Jazz brasileiro – quando o Jazz se misturou ao Samba – e passei a gostar muito também!
Hoje me entendo como uma cantora de Soul/Pop com um projeto paralelo de Jazz e Bossa Nova. Meu primeiro show, inclusive, foi de músicas Pop em estilo Jazz e Blues, uma conjunção desses dois mundos que amo. Gosto muito de música mais agitada também e quero explorar esse lado… Atualmente estou trabalhando no meu primeiro EP (Extended Playlist), que é um álbum com menos músicas, e pretendo lançá-lo em 2024.
3) A sua carreira de modelo, provavelmente, deve ter te trazido esse extremo bom gosto para se vestir. Foi isso ou foi algo anterior às suas escolhas profissionais? E por favor, nos conte como escolhe seus looks para os shows…
Há alguns anos tenho me aproximado mais e mais do mundo da moda e, depois de treinamento e de alguns trabalhos como modelo, acompanho alguns desfiles e me inspiro muito nos conceitos de algumas marcas. Adoro também como as cantoras da atualidade trazem a moda aos seus shows e clipes. Devemos isso à diva Lady Gaga, que trouxe o mundo da moda para mais perto do mundo Pop!
Sempre tive uma relação muito específica com roupa. Minha mãe diz que eu não deixava ela me vestir quando era pequena (risos). Eu gosto de uma roupa assim que eu a vejo. Se não for ali no primeiro olhar, não adianta forçar. Acho que o meu gosto foi se desenvolvendo ao longo dos anos como reflexo de várias experiências e, hoje, para shows, penso no ambiente, no gênero que vou cantar, no público que vai me assistir, como está o meu humor (risos), faço uma média de tudo e é isso!

4) Nos fale sobre seus trabalhos em 2023, sobre seus shows no Hotel Vila Galé da Lapa e suas participações em festivais, como esse do Rio Montreux Jazz Festival, no Forte de Copacabana, como também se há outros locais em que costuma se apresentar.
Foi uma honra para mim cantar no Rio Montreux Jazz Festival. É um festival tão grande, o maior do mundo de Jazz, que não achei que seria para mim. E depois ainda pude ver o show do Emicida do álbum Amarelo, que foi indescritível (era parte do festival). Isso foi realmente maravilhoso. Canto também frequentemente Pop e Soul no Hotel Fairmont, em Copacabana, que foi um dos patrocinadores do Rio Montreux Jazz Festival!
O Bar Vinícius de Moraes do Hotel Vila Galé surgiu como um oásis para mim. Hoje eu o vejo como minha casa! (risos) Lá pude performar diversas vezes e testar algumas coisas diferentes, como um show de Pop dirigido pelo Anselmo Vasconcellos, que trouxe uma direção mais teatral ao show. O bar estava fechado durante a pandemia e o Johnny Ferreira foi quem voltou a movimentar o lugar musicalmente, sendo hoje o curador, e agora há shows toda quinta, sexta e sábado com os mais variados músicos nos gêneros Jazz, Bossa Nova, MPB, Blues… Faço shows frequentes de Bossa Nova e Jazz lá com pianistas lendários como Osmar Milito e Marcos Ariel. É um piano bar muito bonito, te remete a um outro tempo! Eu e Johnny produzimos também uma festa de Halloween em outubro desse ano lá (em que eu cantei), e a festa foi um sucesso!
Como atriz, este ano finalizei a pós-produção de um curta meu e fiz uma performance dele na Casa Azul, do Anselmo Vasconcellos. Quero a vida sempre assim (risos): a carreira de atriz e cantora andando lado a lado.
5) E projetos para 2024, há algum em relação à atuação ou vai continuar se dedicando mais às apresentações musicais?
Estou em período de construção de personagem de um curta metragem do diretor João Paulo Santiago que será gravado em janeiro de 2024. Meu Réveillon vai ser de trabalho… (risos). Além disso, eu sempre gostei muito de escrever e tenho estudado roteiro já há algum tempo para colocar minhas ideias de séries e filmes no papel. Em 2024 pretendo finalizar dois roteiros e gravá-los. E estou esperando resposta de alguns testes que fiz…
Ainda em janeiro, no dia 11, vou cantar no Fino da Bossa em São Paulo com Osmar Milito. Estou muito animada com esse show! E claro, com o lançamento do meu EP!
Rebecca, agradeço novamente pela entrevista, pelo ensaio… E deixo aqui o convite para futuros ensaios e coberturas de shows.
Além de desejar todo sucesso em 2024.
















