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Entrevista Com a Lenda Marcos Ariel

Helmut Hossmann por Helmut Hossmann
26 de julho de 2024
em Entrevistas
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Entrevista Com a Lenda Marcos Ariel
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Marcos Ariel, talento puro em nome da Música Instrumental, Choro, Bossa Nova e Jazz, prestes a completar 50 anos de carreira. Nasceu para fazer o que faz, com extrema criatividade e improviso ao tirar notas perfeitas do piano. Em seus shows, que são frequentes, relembra os clássicos que tanto inebriam seu público.
 
Mas não é só, as homenagens que faz aos grandes compositores e instrumentistas desse período que citei, não ficam restritos a quem já sei foi. Sempre abre espaço, convidando novos talentos da música atual, dando visibilidade a esses artistas nos locais que toca.
 
Estive presente em um desses locais, no Vila Galé, que possui a Sala Vinícius de Moraes, espaço extremamente aconchegante, onde Ariel faz apresentações com frequência, e sempre convidando novos cantores. E é impressionante a forma que valoriza a presença destes novos talentos.
Desde já agradeço a oportunidade de fotografar alguns de seus shows e por responder essa entrevista.

 

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Mais fotos no final da entrevista

1) Marcos Ariel, conte aos leitores do site Ritmo da Moda, a sua relação com a música e as artes, antes de se profissionalizar como instrumentista.

 Bom eu comecei a estudar piano com 9 anos de idade … Foi meio por acaso que lá em casa, minhas irmãs tem aula de piano … Ai um dia, eu fui para o piano, toquei na aula toda sem ter tido a aula. A professora falou que eu deveria começar a estudar, enfim e dai comecei meu contato com a música, com 9 anos de idade, estudando piano, depois toquei guitarra, estudei flauta, inclusive comecei minha carreira profissional como flautista de grupos de choro, eu sou da turma do choro dos anos 70, 80 … Entendeu … Toquei muito choro, toquei com o mestre Cartola, no Regional dele, fiz muita experiência como flautista primeiro … E também me profissionalizei como ator, fiz curso de teatro com 15 anos. E com 17 anos me profissionalizei como ator, fui ator profissional até os 20 anos, quando me decidi me dedicar totalmente a música, ao instrumento … Ao piano, a flauta … Ser músico mesmo. Essa é mais ou menos a minha história.

2) Sua paixão pelo piano é evidente, te permitindo improvisar de forma muito característica e diferenciada, sei que muito disso é um dom , mas a dedicação constante ao instrumento é primordial … Nos conte sua rotina diária como músico.

Realmente toco o piano, desde pequeno, quando eu comecei a estudar com 9 anos. E meu pai lá em casa ouvia na vitrola a coleção muito grande dele de música clássica, ele gostava muito de Mozart, Bethoven, Bah , dos compositores barrocos, clássicos, românticos, Liszt, Chopin … E era o que tocava lá em casa, então eu cresci embalado por esse som, além da ópera também. Meu pai adorava ópera, foi meu primeiro contato com a música … E foi com a música clássica e erudita. E eu tive uma formação nessa escola acadêmica de piano. Eu vim mesmo para a música popular, primeiro através do choro, como flautista.

E foi através de um show do Hermeto Pasqual que eu assisti com 17 anos que resolvi realmente me aprofundar no jazz e música instrumental, de popular, de choro, com isso, não segui a carreira como músico erudito. Em relação a rotina … É muito estudo da técnica de piano, que requer estudos diários, além de composição. Porque componho muito. Tenho muita composição. Eu trabalho muito nas composições. Agora eu gravo muito single e projetos novos para o próximo ano, de 2024. Minha rotina é dedicação total a música e também a produção, porque eu produzo a minha carreira. Cuido da minha carreira no Brasil, nos Estados Unidos e também na Europa, aonde também estou tentando ter maiores incursões, já fiz alguns shows e trabalho também de manter sempre a regularidade de estar presente em festivais de jazz, em salas de concertos, clubes de jazz … É um trabalho intenso de produção, estudo na parte técnica, na criação e finalização em gravações … Ou seja … O trabalho de música é esse. Bem intenso.

3) Ariel, atualmente você tem feito shows em vários espaços no Brasil, mas também durante esse ano de 2023 viajou para fora do país, como foi a organização dessa agenda e a experiência, mesmo ela sendo habitual durante toda sua carreira musical … Mudou algo através dos anos ?

 Bom … A organização da minha agenda eu faço, tenho alguns produtores que me procuram, por exemplo, nesse ano de 2023 fiz eventos muito importantes, fiz um evento corporativo de um clube muito importante aqui do Rio de Janeiro, o Clube Payssandu, que completou 101 anos. Fui convidado também para fazer um show de Bossa Nova, foi uma homenagem de 65 anos da Bossa Nova. Fiz show nos EUA, fiz shows em Portugal. E aqui no Brasil foi uma agenda bem intensa, participei de um Festival Bossa Instrumental de Paraty, o segundo Festival Bossa Instrumental de Paraty … Fiz a abertura da celebração de 20 anos do Rio das Ostras Instrumental, teve várias apresentações e eventos muito legais que participei. Além da temporada constante no Beco das Garrafas, de terça feira no Bottles Bar, realmente impressionante, tocando só para estrangeiros do mundo todo. Eles adoram, inclusive me comunico só em inglês nesses shows. E também no Vila Galé, esse novo espaço que reabriu, e estou com a temporada lá às quintas feiras. Além desses eventos, festivais … A agenda movimentada.

O que muda é, por incrível que pareça, a gente tem com a idade, com o passar do tempo, tem que se aprimorar cada vez mais, procurar também a parte física, procurar fazer um exercício físico, uma caminhada, para poder aguentar o ritmo, porque você vê o exemplo do que sempre foi o Hermeto Pasqual, o grande exemplo da minha vida que comecei com 17 anos, vendo um show dele … E hoje está com 87 anos, fazendo shows, excursões pelo Brasil, no Japão, na Europa … E a vitalidade da música, um cara que está sempre se reinventando, se redescobrindo, acho que esse que é o ritmo que mantêm a vida do músico mesmo.

4) Como o site / revista Ritmo da Moda, nasceu dessa interação da música com a moda, nos conte a sua relação do período musical que a sua música representa, com sua forma de vestir … Pode-se dizer que ela existe ?

A ligação do artista com a moda, com o jeito de vestir é primordial, por exemplo, esse ano também, fui convidado e estou em destaquem em um programa do canal film & arts do canal a cabo e o programa Bossa Nossa, estou sempre aparecendo lá, fazendo uma homenagem ao Tom Jobim, sempre tocando as músicas do Tom nesse programa, então procuro estar com uma roupa caracterizada pela Bossa Nova … Um blazer, um chapéu Panamá, sempre dirigido para esse estilo. Em eventos corporativos a gente precisa estar com um bom terno, se apresentar com gravata. Já em show, Festival de Jazz, por exemplo, Festival de Rio das Ostras, Festival Bossa Instrumental Paraty.

Em festivais ao ar livre, já se procura um reage mais condizente com praia, com ambiente tropical, enfim. A gente está sempre procurando estar com uma roupa adequada com o ambiente que nos apresentamos, dependendo do tipo de evento, isso é muito importante, inclusive os músicos que acompanham, se preocupam muito com isso. Se atualizando, comprando uma nova camisa diferenciada, uma roupa, um sapato … Isso conta muito. O figurino é peça fundamental para a vida do músico, saber se apresentar muito bem é fundamental. Moda e música andam juntas.

5) Em relação a esses novos nomes que sempre fazem parte de seus shows, como faz a escolha de seus convidados ?

Essa questão de convidados, tanto cantoras, cantores, instrumentistas, pra mim funciona muito pelo bom astral , pelo bom relacionamento … Porque a música antes de mais nada é um momento de grande prazer para o músico, estar podendo tocar, se apresentar diante de um público … Do respeitável público … Então tem que ter uma harmonia, tem que ter uma empatia do músico com quem ele está convidando, com quem ele está tocando … Tem que rolar um clima de brother, tem que haver uma coisa de amizade. Pra mim é fundamental. As vezes você conhece o músico em uma temporada, depois o relacionamento não fica tão legal … Ai dá um tempo, surgem novas possibilidades, e procuro sempre apoiar e procurar novos talentos que surgem. Por exemplo, Zé Paulo Becker, que hoje em dia é um músico consagradíssimo, em 1994, o conheci …

Eu já tinha uma carreira mais consolidada, tenho mais idade que ele, me lembro que fiquei encantado com o jeito que ele tocava …E nós fizemos uma temporada tocando juntos muito tempo, no grupo Marcos Ariel e Tigres da Lapa, rodas de choro … Então rolou uma grande amizade, até entre eu e a família dele, depois ele casou, enfim, estou dando um exemplo básico, de parcerias de amizade de novos talentos e de músicos com quem toco … Toco muito com o Roberto Matos, na bateria, Rodrigo Vila que é um pouco mais jovem, enfim, o mais importante é esse relacionamento que vira amizade, estar junto depois de tocar, de conversar, de dar risada e apresentar um bom trabalho.

6) Daqui a dois anos se completam 50 anos de um serviço espetacular para a música desse país, você está programando algo especial para percorrer esse caminho em 2024 e 2025 ?

Essa história de completar 50 anos de carreira, tem uma parte boa e uma parte um pouco … Que não é triste, mas é …. , porque nesses 50 anos de carreira, a gente vê que o Brasil infelizmente, culturalmente, houve um progresso bem pequeno, realmente isso é uma realidade … O Tom Jobim já dizia …: ” O Brasil não é para principiantes, o Brasil não é para amador”. João Donato falava que ele teve que ir para os EUA, porque a música dele era um pouco diferente do que estava estabelecido na época. Isso foi nos anos 60, toda geração da Bossa Nova foi embora do Brasil.

Com a chegada dos Beatles e da Jovem Guarda, o mercado mudou e a Bossa Nova foi meio esquecida no Brasil é super valorizada na Europa, nos EUA e no Japão … Eu sou da Geração Anos 80, também me considero dessa geração. Aquela geração que frequentava o Jazz Mania, que foi uma casa que eu fiz, que eu ajudei a criar que eu batizei … O dono é um grande amigo meu , o verdadeiro dono … Eu fui o curador, que batizei o nome, lutei pela casa … Essa geração … Eu, Leo Gandelman, Victor Biglione, Ricardo Silveira, Mauro Senise … Tantos outros que não sei se vou lembrar agora, mas enfim, muitos de nós, fomos para os EUA também … Ou estudar ou tentou uma carreira fora … Ricardo Silveira, também morou muito tempo fora … Desde o tempo do Ary Barroso, da Carmem Miranda, que foram muito mais reconhecidos lá fora, pelo Wall Disney, ai a Carmem Miranda, o Bando da Lua … Ai a Bossa Nova foi toda pra lá, todo mundo da Bossa Nova morou nos EUA … Marcos Vale, João Donato, Tom Jobim, enfim, vários outros músicos moraram lá … E pela oportunidade … E como Tom Jobim dizia : ” Não é que lá é melhor ou aqui é pior, que é tudo questão de oportunidade”.

E nesses 50 anos, divido minha carreira profissional, tenho dividido muito mais nos EUA, na parte reconhecimento, de recolhimento, de direito autoral e tudo … Meu trabalho e pela minha experiência lá, aprendi a lançar músicas do mercado americano, que é um outro mercado … Não tem nada a ver com o mercado brasileiro . E é triste ver isso, que essa realidade cultural impõem. Alguns músicos até conseguem uma carreira de destaque no Brasil, mas ainda é muito abaixo do que mereciam.

Nesses 50 anos, por exemplo, o Choro que foi escola para vários músicos, o Choro continua não sendo conhecido nas escolas, ninguém ensina o que é, não fala sobre o Choro, sobre a importância desse estilo musical … E que foi o primeiro gênero musical brasileiro, que nasceu por volta de 1860 , até antes do Samba … E depois veio a MPB, depois veio a Bossa Nova, enfim … O rock do Brasil também veio nos anos 80, o rock mais firme, mais popularizado … Esses movimentos musicais, o Choro, a Música Instrumental Brasileira … O Instrumentista brasileiro … Para você ver, os grandes pianistas de Música Erudita Brasileira, fizeram toda a carreira na Europa, nos EUA.

O Brasil é isso … ” O Brasil não é para principiantes”, a gente ama o Brasil … E uma coisa te falo … Eu sempre lutei pelo Brasil, criei uma gravadora aqui, criei um projeto chamado Rio e Choro, no final dos anos 90, um projeto para mostrar os novos talentos do Choro. Fui produtor do Jazz Mania, fui um dos primeiros artistas a fazer show na Pousada Terra da Luz, que é um espaço em Visconde de Mauá, que hoje em dia é um dos pontos de circuito musical muito importante na cena musical do eixo Rio – São Paulo, enfim, várias outras iniciativas que a gente colocou em prática, mas uma coisa é certa … O Brasil precisa de muita coisa para andar …

De uma valorização maior, do artista, principalmente do músico instrumentista. Nós temos uma grande dificuldade para comprar instrumentos, isso é uma dificuldade desde a época lá a atrás, a gente tinha um muambeiro que trazia instrumento pra gente, que não tinha no Brasil, custava uma enormidade a mais aqui. A gente tinha que ter alguém que trouxesse um instrumento de sopro de qualidade.

O Brasil merecia ter uma fábrica da Yamaha aqui, o governo deveria dar isenção total para a Yamaha montar uma fábrica aqui. Só assim resolveria esse problema ao acesso de instrumentos de alta qualidade, que até atualmente tem … Mas a um preço muito exorbitante … Isso é uma luta … Mas a gente vai indo, a gente quer que melhore … Posso falar porque fiz muita coisa para melhorar essa situação e faço ainda para conscientizar e melhorar a diversidade … Que tem que ter espaço para todo mundo … Para todos os estilos musicais, mas o músico desses estilos citados, está sempre prejudicado nessa história toda ai, tanto na parte de comprar o instrumento e apresentar o seu trabalho, sua performance … É isso ai, a perspectiva é continuar na mesma trajetória, mas de certa maneira estou muito focado nos EUA e Europa também na parte de shows.

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